Estimad@s
Amig@s.
Estaremos
em BRASILIA, na 26a. Caravana da Moradia Saúde, Universidade Federal da Zona
Leste, etc...
Na segunda
feira, às 10,00 horas reunião na
Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades.
Ainda na
Segunda Feira, às 10 horas, no Ministério da Saúde. Vamos formar dois grupos de
30.
Na terça
feira: falta horário para Ministério da Educação e Ministro de Governo.
Enfim,
mais um passo na luta pela CIDADANIA PARA TOD@S.
Um pedido:
participar
ativamente do abaixo assinado em apoio ao Movimento sobre a
ENERGIA NUCLEAR ANGRA III.
É só
colocar no google CARTA ABERTA AO SR. JOAQUIM LEVY que você pode apoiar e
ASSINAR o Movimento liderado pelo grande amigo Chico Withaker. Segue a CARTA DO
MOVIMENTO NUCLEAR ABAIXO.
Abc
Cristovão.
Chico Whitaker, membro da Comissão Brasileira
Justiça e Paz e da Coalizão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares, irá
levar uma Carta Aberta ao Ministro Joaquim Levy sobre a Usina
Nuclear Angra III, a ser protocolada no próximo dia 20 de maio. Sexta,
15 de maio de 2015
Para assinar, é necessário encaminhar à adesão por e-mail para chicowf@uol.com.br, até o
dia 19/5, dando o nome (pessoa ou organização), cidade e modo como quer ser
apresentado.
Eis a carta.
Carta aberta ao Sr. Joaquim Levy
10/05/2015
Sr. Ministro, temos seguido pelos jornais seus esforços para diminuir os
gastos do governo. Pois teríamos uma sugestão a lhe fazer, que se mede em termos de bilhões a serem economizados imediatamente: parar a construção da usina
nuclear de Angra III.
Essa obra está cercada de possíveis surpresas desagradáveis: as que já
estão sendo provocadas por grandes empresas que dela participam e têm seus
nomes nas listas da Lava Jato; e as que podem ser determinadas pela Justiça, caso o Ministério
Público leve adiante uma denúncia feita em 2011 por um engenheiro de segurança
da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Sua denúncia – que seus superiores tentaram desmentir sem o conseguir -
foi a de que o projeto de Angra III é anterior aos grandes acidentes
ocorridos a partir de 1979 e não foi atualizado para adequar-se às novas normas
de segurança que a Agencia Internacional de Energia Atômica editou, em
função desse acidente. O Procurador Federal então em exercício em Angra dos
Reis transformou a denúncia em recomendação, bem fundamentada em processo de
quatro volumes, a que infelizmente a Eletronuclear respondeu com a usual
tecnicidade enganosa.
Sr. Ministro, parar esta obra, até que um dia o projeto seja revisto,
lhe daria também a oportunidade de mostrar que, além de cuidar da economia,
V.Exa. se interessa pela segurança e bem-estar da sociedade, preocupando-se, portanto,
em evitar que venha a acontecer um acidente nuclear no Brasil, provocado por
falhas de projeto, como os ocorridos em Chernobyl e Fukushima. Quem tem informações sobre os pormenores desses trágicos acidentes
classifica-os como catástrofes, pelo sofrimento em curto e longo prazos dos
trabalhadores das usinas e dos moradores das regiões circundantes, e pelos
milhares de mortes que já causaram – continuando a ameaçar muitas gerações
futuras, por força da contaminação radioativa de extensos territórios.
Mas referindo-nos apenas aos aspectos econômicos, V. Exa. certamente
sabe que o sr. Pedro Malan, Ministro da Fazenda do sr. Fernando
Henrique Cardoso, não tomou posição a favor ou contra o programa nuclear,
mas não liberou verba para a construção de Angra III por causa do seu custo.
Sabe também, certamente, que um pedido de financiamento a bancos
europeus para terminar a obra ficou muitos meses pendente, por falta de
resposta brasileira a questões da companhia de seguros alemã Hermes, relativas
à segurança da usina, e que esse pedido de financiamento foi então repassado à
nossa Caixa Econômica Federal, que não pediu nenhuma informação desse tipo e o
atendeu...
Parar esta obra também economizará muitos recursos futuros – sempre na
ordem de bilhões – para o atual e para futuros governos, se tivermos que
desativar o programa nuclear, seguindo o exemplo da Alemanha. O simples desmonte de uma usina e sua descontaminação
(“descomissionamento”), pode durar de 20 a 60 anos, com custos em geral maiores
do que o próprio custo de sua construção. Ao tomar a decisão de descontinuar
seu programa nuclear a Alemanha passou a investir em fontes renováveis de
energia, mais seguras e mais limpas - como a solar, por exemplo, que no Brasil
temos de sobra para atender boa parte de nossa demanda energética.
É bom lembrar que esses descomissionamentos nunca poderão ser deixados
para depois, uma vez que centrais nucleares compõem-se de diversos edifícios,
com equipamentos que não podem ser abandonados na natureza, com grandes
quantidades de rejeitos radioativos (lembremo-nos de Goiânia, onde
somente 19 gramas de cloreto de césio 137 deixadas num equipamento de
radioterapia desativado causaram logo a morte de 11 pessoas e contaminaram 600
outras). Muitos desses rejeitos têm “meias-vidas” de milhares de anos e devem
ser, por isso, “escondidos” em tuneis profundíssimos, isolados da biosfera, até
que suas emissões radioativas caiam a níveis que não provoquem danos aos
organismos vivos.
Se pararmos Angra III antes dela começar a funcionar (e com isso passar imediatamente a ter
como perspectiva transformar-se em “lixo atômico”), evitaremos essas
preocupações. Só temos que desejar que não entremos numa onda mundial de
abandono do nuclear por causa da ocorrência, em algum lugar do mundo, de um
quarto acidente “severo”.
Mas falando de “lixo atômico”, chamaríamos sua atenção para o fato da
Justiça Federal ter determinado que as usinas de Angra deverão parar se
a Eletronuclear não resolver o problema do depósito definitivo, em local
seguro, dos rejeitos nucleares que elas produzem ininterruptamente. Um de
nossos deputados já lembrou que até agora nenhum país rico resolveu
satisfatoriamente esse problema, apesar das enormes somas nisso dispendidas
(para muitos especialistas, o problema dos rejeitos é insolúvel...). O problema
é que, dizendo “porque só nós, então?”, esse deputado conseguiu a proeza de
arquivar, com seu relatório na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara,
um projeto que proibia novas usinas nucleares no Brasil enquanto o problema dos
rejeitos não estivesse resolvido...
Pois é, Sr. Ministro, essa será outra enorme despesa se a Justiça
Federal resolver que suas decisões devem ser cumpridas – e o prazo que ela deu
para isso está dentro do atual mandato presidencial...
Nem falemos se - por infelicidade - o próximo acidente nuclear ocorrer em nosso país. As despesas do governo serão gigantescas, pois dezenas de milhares de pessoas terão que ser imediatamente evacuadas da região; milhares de alojamentos deverão ser construídos; ajudas e indenizações deverão ser pagas; e assistência médica e psicológica deverá ser oferecida... O valor é tão espantoso – a ser gasto por tanto tempo – que na Bielorrússia (onde aconteceu o acidente de Chernobyl) e na França (onde uma das coisas que os franceses mais temem é um acidente em alguma de suas 58 usinas...) inventaram programas de reeducação pós acidente (“Ethos” e “SAGE”) em que, por não ser possível evacuar todos que deveriam ser evacuados, se ensina e se treina os que tem que ficar a “conviverem” com a radioatividade...
Nem falemos se - por infelicidade - o próximo acidente nuclear ocorrer em nosso país. As despesas do governo serão gigantescas, pois dezenas de milhares de pessoas terão que ser imediatamente evacuadas da região; milhares de alojamentos deverão ser construídos; ajudas e indenizações deverão ser pagas; e assistência médica e psicológica deverá ser oferecida... O valor é tão espantoso – a ser gasto por tanto tempo – que na Bielorrússia (onde aconteceu o acidente de Chernobyl) e na França (onde uma das coisas que os franceses mais temem é um acidente em alguma de suas 58 usinas...) inventaram programas de reeducação pós acidente (“Ethos” e “SAGE”) em que, por não ser possível evacuar todos que deveriam ser evacuados, se ensina e se treina os que tem que ficar a “conviverem” com a radioatividade...
Terminando, podemos lhe dizer que suas previsões de despesas poderão
explodir com a elevação contínua de custos exigida pela segurança das usinas: o
senhor Ministro deve estar informado de que a AREVA, empresa francesa
detentora de um dos contratos para terminar Angra III, está entrando em
falência por causa desses custos e não está conseguindo terminar, nem sua
moderníssima usina de Flamanville na França, nem outra igual que vendeu para a
Finlândia.
É certo que vai ser difícil convencer a Presidenta Dilma de parar
Angra III: ela era Ministra do Presidente Lula quando este decidiu retomar essas obras. Mas essa não é uma economia a
desprezar, mesmo pagando alguma multa às empreiteiras. Talvez a gravidade da
atual crise faça prevalecer o bom senso no Planalto.
Com os respeitos dos cidadãos, cidadãs e organizações que subscrevem a
presente carta,
Para ler mais: Estes textos abaixo estão no site IHU, UNISINOS, da Universidade de
São Leopoldo, RGS.