domingo, 26 de fevereiro de 2012

Projeto do 13° Salário para as Pessoas com Deficiência.

MOVIMENTO NOSSO JARDIM HELENA-SP

SOLICITAÇÃO

AO-MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL/CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONGRESSO NACIONAL

Brasília/BR

            Por meio desta, Venho solicitar aos excelentíssimos Senhores Doutores da digníssima Câmara dos Deputados Federais, desse Digníssimo Congresso juntamente com o Ministério da Previdência Social, a gentileza e o carinho, no sentido de analisar o pedido em tela, dado ao fato de extrema necessidade já a tempo passado da hora de revê-lo.

             Trata-se de direito da pessoa Portadora de deficiência que implica no pagamento de beneficio de forma Continuada, desde que a renda mensal familiar não seja superior a ¼ (uma quarta) do Salário mínimo vigente nos pais. Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1.993 (Loas).
          
               Ora, se a Partir do momento em que se encontra incluso na referida Lei orgânica da Assistência Social (Loas), Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1993, uma determinada pessoa, e esta passa a gozar de seus direitos garantidos constitucionalmente, e, em fazendo uma profunda analise ao artigo 20 da Lei em tela, percebe-se que, o Legislador, equivocadamente deixou de incluir o 13°, Salário, causando sério prejuízo ao beneficiário sabendo-se, todas as categorias de aposentados recebê-lo, exceto os beneficiários do LOAS, o que restou claro e evidente a falta de visão no que se refere ao termo “INCLUSÃO SOCIAL”, ou seja, a Lei definitivamente EXCLUIU de forma injusta e impiedosa, as pessoas que mais necessitam do respectivo pagamento, não por se tratar de prêmio por serviços prestados, mas sim pela real necessidade e direitos em que se encontra, ou seja, recebe um auxilio incompleto, qual seja Salário (-) 13° salário.

        Para tanto, segue na integra texto de noticiário de um jornal datado de 14.12.2009

“GRATIFICAÇÃO

Comissão da câmera aprova 13° para deficientes e beneficiários de LOAS.
A comissão de seguridade Social  e Família da câmera  de Deputados aprovou na semana passada a proposta  que concede gratificação natalina (13° Salário) No valor de um salário mínimo aos portadores de deficiência e aos idosos de baixa renda com 70 anos de idade ou mais que receberam o beneficio de prestação continuada (BPC-Loas). O Objetivo da Proposta é equiparar essas pessoas aos aposentados e Pensionistas do INSS.

A proposta também da Direito ao 13° salário aos beneficiários da lei 6.179/74. Essa Lei Instituiu uma renda mensal vitalícia de até 60% do salário mínimo para maiores de 70 anos de idade que não tenham condições de se manter e para pessoas incapacitadas para o trabalho.
                          
Os Projetos tramitam em Caráter conclusivo e ainda serão analisados pela Comissões de finanças e Tributação , e de constituição e justiça de,Cidadania”

Neste Ínterim, roga-se a analise do referido pedido, conforme  supramencionado,  e seja relatado ao Feito como medida provisória, e posteriormente sejam tomadas as medidas cabíveis a fim dar andamento no feito incluindo definitivamente esta classe ao que faz jus, ou seja, recebimento anual do 13° salário, o que requer dessa digníssima Câmara e desse digníssimo Ministro da Previdência Social, Portadores  de atenção especial , e principalmente por parte daqueles que gozam do privilégio de serem saudáveis e com poderes de decidirem o destino destes que, infelizmente e involuntariamente fazem parte dos menos  favorecidos do nosso tão rico país Roga-se portanto, o deferimento do PEDIDO como medida da mais lidima JUSTIÇA .

Ao Feito Roga-se que seja ao menos tomada como medida provisória , ao inicio, após mediante  termos  o encargo de se tornar-se   lei essencialmente definitiva.

Nestes Termos

Pede Deferimento.








São Paulo,.26 de Fevereiro de 2012


Para mais informações:
Fone:6994-9419
(011)2586-2821

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Apresentação da Monade


MOVIMENTO NACIONAL DOS AFETADOS POR DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS – MONADES

O Movimento Nacional de Afetados por Desastres Socioambientais - MONADES surge depois de experiências compartilhadas com representantes dos atingidos por desastres socioambientais da maioria dos estados brasileiros, por ocasião do 1º Seminário dos Atingidos por Eventos Climáticos Extremos, realizado em setembro de 2011 em Brasília e promovido pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, reforçado com a participação de alguns desses participantes no 2º Seminário Nacional de Psicologia em Emergências e Desastres, promovido Pelo Conselho Federal de Psicologia em novembro de 2011.
Os afetados que participaram desse último seminário compreenderam que era importante e se fazia necessário criar um movimento de articulação e interlocução entre as comunidades afetadas por desastres socioambientais. Seu objetivo é sensibilizar os afetados/as para uma reflexão sobre a importância de cada um sair do papel passivo de coadjuvante, resgatar seus valores de cidadania e assumir o papel ativo de protagonista nesse cenário de risco e vulnerabilidade criado e/ou mantido por interesses políticos e econômicos.
Agora, mais do que nunca, é preciso que todos os afetados/as se organizem e se somem às entidades da sociedade civil organizada para exigir a efetiva participação nas discussões, na elaboração, implantação e acompanhamento das políticas públicas, voltadas para a criação de condições básicas de vida, segurança, moradia, saúde, trabalho, renda e educação.
A comissão provisória já tem agendadas duas reuniões para o primeiro semestre de 2012. A primeira, em fevereiro, tem como objetivo delinear a organização do movimento, analisar os dados que espelham a realidade de cada comunidade, traçar planos e estratégias para maior integração entre as comunidades, no âmbito municipal, estadual e nacional. A segunda reunião visa a consolidação do movimento e planejamento da sua participação na Cúpula dos Povos que se realizará em paralelo à Rio+20, a partir do dia 15 de junho de 2012.
O MONADES  tem contado com apoio integral e efetivo do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, Conselho Federal de Psicologia, Cáritas Brasileira,  MISEREOR e CNBB.
A comissão provisória é assim constituída:
CRISTÓVÃO DE OLIVEIRA - Jardim Pantanal/ SP - Cristovao.dm@bol.com.br (11-69949419/11-25862821)
TATIANA REICHERT - Morro do Baú/ SC –  thatyreichertbau@hotmail.com /  47-31560052
CORCINO MEDEIROS DOS SANTOS – Cocal/PI – corcinoms@bol.com.br – (86-33621314)
EDVÂNIA VIEIRA DA SILVA – Palmeira dos Indios/ AL - edvaniaoasis@hotmail.com (82-96766060)
EDILSON ALVES DE MOURA - Nova Friburgo/ RJ - soedmoura@gmail.com (22-92313652/97314670)





 




PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA-GERAL
SECRETARIA NACIONAL DE ARTICULAÇÃO SOCIAL
Palácio do Planalto – Anexo II – A - sala 106
70150-900 – Praça dos Três Poderes – Brasília-DF
(61) 3411-1709 - articulacaosocial@planalto.gov.br

1 – ASSUNTO:
Audiência com o Movimento Nacional dos Afetados por Desastres Socioambientais
Data: 15 de fevereiro de 2012
Local: Centro de Capacitação da Presidência da República
Horário: 14h às 16h30

            Conforme solicitação do Movimento Nacional dos Afetados por Desastres Socioambientais (ver anexo), a Secretaria Geral, por meio de sua Secretaria Nacional de Articulação Social (SNAS), realizou uma audiência dia 15 de fevereiro, das 14h às 16h, no Cecad, para receber as demandas do Movimento Nacional dos Afetados por Desastres Socioambientais – Monades.

2 – PARTICIPANTES:
Governo Federal
Juliana Gomes Miranda – Secretaria-Adjunta SNAS/SG
Geraldo Magela – Secretário-Adjunto SEPPI/SG
Marcelo Pires – SNAS/SG
Manoel Messias – SEPPI/SG
Willian Bonfim – SNAS/SG
Verena Lellis – SEDEC/Ministério da Integração Nacional
Maria da Glória Campos da Silva – SGEP/Ministério da Saúde
Monades (afetados):
Tatiana Reichert – SC – Fone: 47 – 3156-0052
Edvânia da Silva – AL – Fone: 82 – 9676 6060
Verônica Barreto – PI – Fone: 86 – 9913 6881
Cristovão de Oliveira – SP – Fone: 11 – 6994 9419
Edilson Alves – RS – RJ – Fone:
Entidades de apoio:
José Magalhães – Cáritas Brasileira – Fone: 61 – 8270-8544
Alessandro Lopes – Conselho Federal de Psicologia – Fone: 61 – 2109 0142
Fabíola Corrêa – Conselho Federal de Psicologia – Fone: 61 – 2109 0117
Ivo Poletto – Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social – Fone: 62 – 3259 1302
Clecir Trombetta – Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social – Fone: 62 – 3447 8722

3 – RESUMO:
            O Movimento Nacional dos Afetados por Desastres Socioambientais (Monades) apresentou um conjunto de reivindicações (ver proposta anexa) para as áreas afetadas por enchentes e barragens. O central das reivindicações é a questão da moradia para os atingidos. Na avaliação do movimento, em casos de desastres e enchentes socioambientais, há uma infinidade de recursos disponibilizados pelo Governo Federal, contudo eles cobram maior efetividade e celeridade no atendimento às demandas de habitação, apoio psicológico e saúde, bem como mais diálogo com os afetados para, conjuntamente, encontrar as soluções mais adequadas para seus problemas.
Apresentaram a experiência de Guaraciaba-SC, como uma experiência exemplar de ação articulada entre Governo Federal – Defesa Civil - e sociedade civil na qual, em 6 meses, conseguiram reconstruir todas as casas, garantir atendimento terapêutico para restabelecimento da vida da população, com participação e gestão transparente do recurso público. Em contrapartida, citam casos, como por exemplo os casos das desastres/barragens e enchentes em SC, PI e AL, em que há demora de até 3 anos para construção de casa ou a reconstrução de casas em áreas afastadas e sem acesso a infraestrutra e equipamentos públicos.
            Após ouvir os relatos e reivindicações do Monades, a equipe do Governo Federal presente à reunião, apresentou o que está sendo feito, a partir da organização do “GT de Mobilização Social”, que surgiu após reunião na Casa Civil, para avançar no diálogo e respostas a este segmento de atingidos por desastres e enchentes.


4 – ENCAMINHAMENTOS:

- A SNAS se comprometeu em encaminhar ao conjunto de ministérios diretamente envolvidos com a questão de desastres socioambientais a pauta de demandas do Monades;
- O grupo sentiu a necessidade de uma reunião com um conjunto de ministérios e uma representação do Monades: Cidades, Integração Nacional, Casa Civil, Desenvolvimento Social, Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria Geral da PR para apresentar suas demandas, após dialogar com a sociedade civil das regiões afetadas por enchentes e desastres socioambientais. O Monades apresentou a demanda de que as respostas dos ministérios sejam organizadas a partir das seguintes questões: a) o que está sendo feito? B) O que falta fazer? c) E o que precisa ser corrigido? Propõem também que seja debatido e se avance para a consolidação de uma Política Nacional de Defesa Civil, com gestão e participação da sociedade civil organizada. A proposta é que esta reunião seja agendada para maio deste ano;
- O grupo pede para a SNAS ver a possibilidade de garantir a participação do Monades, com aporte financeiro para deslocamento da coordenação.

Relato: Willian Bonfim/SNAS

 


Carta Dos Atingidos Por Desastres Climáticos ao Povo Brasileiro

CARTA DOS ATINGIDOS POR DESASTRES CLIMÁTICOS AO POVO BRASILEIRO

Nos dias 10 a 12 de setembro de 2011, nos reunimos em Brasília, Distrito Federal, para discutir as questões relacionadas aos desastres causados por eventos climáticos extremos que sofremos na pele em várias regiões do Brasil nos últimos anos. Foram enchentes, deslizamentos de terra, secas, tornados, chuvas de granizo, trombas d’água, mudança das marés, assoreamento de rios. Muitas pessoas morreram e muitos perderam tudo o que tinham na vida: suas casas, seus familiares e o fruto de seu trabalho. Esses eventos extremos são causados pela má utilização do solo, da água e do ar, emissão de gazes causadores do aquecimento global, desmatamento das florestas, dos mangues e das matas ciliares dos rios e nascentes, uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, queimadas, construção de grandes barragens hidrelétricas e usinas nucleares, falta de manejo adequado do lixo, poluição por resíduos domésticos e industriais, carcinicultura, monocultura em todas as suas espécies, como soja, eucalipto, pinus, cana e pecuária, e por fim por um modelo de desenvolvimento que visa o lucro acima de tudo, sem considerar as conseqüências para as vidas que são colocadas em risco pelas atividades que agridem o meio ambiente.
                Sabemos que os verdadeiros causadores dos fatores que levam aos desastres são as grandes indústrias, a produção e o uso de combustíveis fósseis, o agronegócio e as multinacionais todas em sua busca irresponsável por produtividade e lucro, o Governo Brasileiro que não prioriza a sustentabilidade em suas políticas públicas e que além de  permitir, incentiva em todas as suas instâncias financeiramente as atividades destruidoras do meio ambiente. E por fim, os países ricos, grandes causadores das emissões de gases e que não aceitam reduzir suas emissões para evitar o agravamento do aquecimento do planeta.
                No entanto, quem sofre as conseqüências somos nós. Nas áreas vulneráveis os governos tratam a questão com descaso. As políticas de defesa civil não são implementadas, os sistemas de alerta de desastres não funcionam, os governantes usam de forma demagógica o sofrimento das pessoas, e quando os desastres acontecem, a maior parte dos recursos públicos enviados para as comunidades não chegam aos necessitados. Até mesmo parte das doações enviadas por solidários de todos os cantos do país e do mundo são desviadas por autoridades corruptas e desalmadas.
                Agradecemos de todo o coração a solidariedade enviada pelas boas pessoas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo que se sensibilizaram perante o nosso sofrimento enviando donativos que, quando chegaram a nós, ajudaram a amenizar as nossas dores e a aquecer os nossos corações, renovando as nossas esperanças naquele momento angustiante de tão grandes perdas.
                Pedimos à sociedade que se una a nós no esforço de buscar alternativas que evitem que milhares de outras famílias venham a sofrer as dores que sentimos e que ainda estamos sentindo, pelas consequências dos desastres que nos atingiram. É preciso seriedade dos 3 níveis de poder no tratamento da questão ambiental. Precisamos também reduzir as emissões de gases que provocam o aquecimento global interferindo no clima e causando os eventos extremos. Precisamos mudar o modelo de desenvolvimento, baseado no consumo desenfreado, e buscar alternativas que objetivem a sustentabilidade e a racionalidade na produção e no consumo de produtos e ainda na geração de energia, buscando uma relação harmônica com a natureza. Precisamos praticar o bem-viver. Precisamos que a sociedade se una a nós na criação de um movimento nacional que dê o passo seguinte nessa luta. Pressione os governos para criar políticas publicas que reduzam a vulnerabilidade das comunidades, aumentem as instancias de participação popular, implementem sistemas de prevenção, salvação e reconstrução.
                A luta por justiça social, dignidade e respeito no nosso pais é árdua. Nosso compromisso é lutar pela melhoria das condições de vida dos atingidos e para evitar novos sofrimentos com os eventos extremos causados pelas mudanças climáticas.
Brasília, 12 de setembro de 2011.
Atingidos e atingidas por eventos climáticos extremos dos seguintes Estados:
Maranhão, Piauí, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Alagoas, Santa Catarina, Pará, Rio Grande do Sul, Amazonas, Bahia, Sergipe, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Mato Grosso.

Seminário Nacional de Atingidos Por eventos Climáticos Extremos

SEMINÁRIO NACIONAL DE ATINGIDOS POR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS

Somos representantes de comunidades e localidades atingidas por diferentes eventos extremos de mudanças climáticas: enchentes, deslizamentos de terra, secas, tornados, chuvas de granizo, trombas d´água, mudança das marés, assoriamento de rios. Viemos de todas as regiões e biomas do país, do Rio Grande do Sul até a Amazônia, para participar do Seminário promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social nos dias 10 a 12 de setembro.
Decidimos elaborar o presente documento, que apresentamos às autoridades como ponto de partida para uma interlocução sobre a realidade vivida e os direitos das pessoas e comunidades atingidas por eventos climáticos extremos.
1. A REALIDADE
1.1              Já faz décadas que se discute a problemática da degradação ambiental e suas trágicas conseqüências sobre todos os seres vivos e sobre a própria Terra. Está cada vez mais claro que o modelo de desenvolvimento econômico e político dominante, baseado no incentivo à produção e ao consumo crescente de mercadorias que geram renda e riqueza cada vez mais concentradas, está diretamente relacionado ao aquecimento do planeta por causa do uso de fontes fósseis para produzir a energia de que se alimenta, da continuidade do desmatamento e da degradação dos diversos biomas, e da promoção do um consumismo que pouco tem a ver com as necessidades reais das pessoas.
Esse modelo é promovido também com recursos públicos e muitas vezes apoiando empresas que se estabelecem em áreas de preservação ambiental, promovendo desapropriações, desemprego, deslocamento de comunidades, além, é claro, dos prejuízos ambientais: poluição de águas e do solo por substâncias químicas.
1.2               A troca de experiências nos mostrou que o apoio que mais ajudou a enfrentar os dramas dos atingidos foi a solidariedade praticada entre as próprias pessoas vítimas dos desastres socioambientais. Foi importante igualmente a solidariedade de igrejas e de entidades que se fizeram presentes desde o início do nosso sofrimento. Sentimos que a solidariedade de povos mais distantes, nacionais e internacionais, presente nos primeiros dias dos desastres, mas que diminuiu logos depois, quando também os meios de comunicação deixaram de mostrar imagens e dar notícias, muitas vezes com caráter de espetáculo.
1.3              Não se pode dizer a mesma coisa dos órgãos públicos, que deveriam cuidar da vida e dos direitos dos cidadãos e cidadãs. Em geral, são omissos, contam com pessoas despreparadas e só se fizeram presentes depois de pedidos insistentes, e limitaram-se ao apoio no momento das emergências. Tendem a fazer o mínimo possível e, ainda assim, fazem uso eleitoral e não alcançam a todas as pessoas. Para a reconstrução da infra-estrutura da vida, na cidade e no campo, só atuaram a partir de pressões, e ainda assim, com projetos executados, quase sempre, sem participação das comunidades atingidas e depois de muito tempo transcorrido, com superfaturamento das obras, com baixa qualidade e, ainda o, com pouca transparência.
1.4              Para enfrentar os problemas, as comunidades organizaram-se em Associações, Comissões, Mutirões e Movimentos Sociais, contando com ajuda de entidades que se fazem presentes, como a Cáritas, a CPT e outras. Isso ajudou a encaminhar reivindicações e lutas pelos direitos de todas as pessoas e famílias atingidas. Foi através delas que se conseguiu, junto com a superação da dor, descobrir oportunidades positivas de avanços na busca dos direitos.
1.5              Com ações dos atingidos, da sociedade e do setor público, e em especial com trabalho de voluntários, as necessidades imediatas foram superadas, mas falta recuperar a infraestutura física – casas, áreas de trabalho agrícola e outras fontes de renda - e o equilíbrio psicológico de muitas pessoas.
2. DESAFIOS
O intercâmbio de práticas e a reflexão crítica realizadas neste Seminário nos ajudaram a identificar os seguintes desafios:
2.1 a conquista e promoção de políticas públicas de prevenção de desastres, garantindo o direito à saúde, à educação, à moradia, à segurança alimentar, ao saneamento básico, ao meio ambiente sadio, o acesso à terra de trabalho e de moradia, via reforma agrária e reforma urbana;
2.2  o respeito ao direito e a capacidade de se indignar, sem repressão;
2.3 a urgência da demarcação e titulação dos territórios dos povos tradicionais: indígenas, das comunidades quilombolas, ribeirinhos, pescadores, camponeses;
2.4 a necessidade de alcançar alternativas de produção e de trabalhos que gerem renda e dignidade, especialmente para os jovens;
2.5 a necessidade de que haja informação e formação junto às comunidades, para que tenham consciência de seus direitos e não sejam iludidas por propostas falsas;
2.6  a participação nas instâncias de decisão em relação ao que é planejado em favor dos atingidos/as, evitando que as decisões venham de fora e de cima para baixo;
2.7  garantir que as ajudas solidárias cheguem a todos os atingidos/as com rapidez e eficiência;
2.8  luta por políticas públicas básicas básicas e estratégicas de boa qualidade e com continuidade para os tempos de emergência e para a reconstrução das condições de vida pós-desastres socioambientais;
2.9  chamar atenção e agir em relação a questões que não são emergenciais, mas são situações extremas permanentes, como é o caso do lixo, do esgoto, e para as emergências sociais, que fragilizam a vida de forma permanente;
2.10 garantir atendimento psicológico das pessoas atingidas, de modo especial os jovens, os idosos e os deficientes;
2.11  cuidar que haja visibilidade igual de todos os eventos de desastres socioambientais;
2.12 apontar claramente as responsabilidades pelas mudanças climáticas, evitando culpabilizar os empobrecidos;
1.13  mudança no atual modelo cultural, de produção e de consumo;
1.14  garantir o diálogo permanente e eficiente entre o poder público e as comunidades atingidas e/ou vulneráveis.
3. PROPOSTAS
Olhando para o futuro, a partir de nossas necessidades, nossas práticas e direitos, propomos:
3.1  que seja implementada uma política pública de educação ambiental de caráter permanente em todos os espaços da vida social, e que seja incorporada nos currículos escolares;
     3.2  que o poder público assuma efetivamente suas responsabilidades em relação às áreas de risco de desastres socioambientais, tanto em ações preventivas como em ações de recomposição das condições de vida das vítimas;
            3.3  que seja implementada uma política pública de mapeamento das áreas de risco e áreas de crimes ambientais nas diferentes regiões, e que esse conhecimento se seja incorporado no Plano Diretor dos municípios e nos planejamentos estaduais e federal;
            3.4 produção de estudos e pesquisas nas águas que desembocam no mar para verificar os casos de salinização ou adocinamento;
            3.5  garantir que a legislação ambiental seja cumprida e fiscalizada, e que áreas de preservação permanente não sejam degradadas;
            3.6  garantir o reconhecimento e a regularização do território pesqueiro como espaço fundamental da reprodução social das comunidades pesqueiras;
            3.7  que se amplie para todo o país, e como política pública, a construção de cisternas caseiras, como garantia de água de qualidade;
            3.8  que sejam criadas Comissões de Defesa Civil, com pessoas preparadas, equipadas e com autonomia em relação aos governos nos diversos níveis, e que elas tenham um programa preventivo, e que sejam facilitada a criação dos núcleos de defesa civil;
            3.9  que haja uma política pública prioritária baseada nos princípios da produção agroecológica;
            3.10  que seja implantada uma política de incentivo à construção de edificações adequadas, capazes de resistir aos eventos climáticos extremos;
            3.11 evitar edificações em áreas de risco, promovendo, de forma participativa democrática, a reinstalação em outras áreas, quando necessário, sempre respeitando todos os direitos das pessoas e famílias envolvidas;
            3.12  implementar política pública de preservação das matas e dos manguezais existentes e de incentivo e exigência de recomposição da mata ciliar nas beiras de córregos, rios e lagos de responsabilidade pública e privada e replantio de matas nativas em matas nativas, sobretudo nos manguezais;
            3.13  desenvolver política de comunicação capaz de evitar que as pessoas sejam surpreendidas por eventos extremos em áreas de risco e criar centros de referência para acolhimento das vítimas;
            3.14 não permitir e, menos ainda, financiar a implantação de grandes projetos em áreas das comunidades tradicionais e camponesas, bem como grandes empresas que crescem desmedidamente por meio de monocultivos, devastando grandes áreas e contaminando o ambiente da vida;
            3.15         que seja constituído e mantido, nas três esferas de governo, um Fundo de Emergências, e que sua gestão seja compartilhada com a sociedade civil, especialmente através das entidades e pastorais que atuam em situações de desastre socioambiental;
3.16  que as casas para as famílias que as perderam em desastre ou quando são removidas de áreas de risco sejam planejadas com participação delas, garantindo seu direito a uma habitação digna sem violência e sem incidência de dívidas futuras;
            3.17 manutenção do atual Código Florestal, garantindo às comunidades camponesas e tradicionais, povos quilombolas e indígenas as condições de continuar em seus territórios, produzindo e respeitando a natureza, com políticas públicas adequadas, incluindo o pagamento por serviços ambientais;
            3.18  que os crimes ambientais por desmantamento, envenenamento, contaminação do meio ambiente, contaminação genética sejam considerados crimes contra a humanidade, e que as áreas envolvidas sejam destinadas à reforma agrária ou urbana, garantindo a recuperação dos efeitos do crime sobre o meio ambiente.
            3.19 garantir acesso à terra através da reforma agrária para todas as famílias sem terra, garantindo todas as condições necessárias para permanecer na terra;
            3.20 que os órgãos de pesquisa do Estado não estejam a serviço das grandes empresas para pesquisa de transgênicos, garantindo total comprometimento da pesquisa com a produção de alimentos saudáveis;
            3.21 redução da produção de energia hidroelétrica, substituindo-a por energia solar, eólica e dos movimentos naturais das águas, produzida de forma descecentralizada, com a participação e em benefício das comunidades, diminuindo a poluição ambiental.
            3.22  desenvolver política pública que agilize o repasse de verbas para a assistência e reconstrução das condições de vida dos atingidos, e ainda, que as comunidades tenham participação na gestão destes recursos.
                           
Brasília, DF, 12 de setembro de 2011.

Recebido:
Ministério da Integração Nacional
 Alziro Alexandre Gomes ____________________

Secretaria Geral da Presidência
Silvio Silva Brasil ___________________________

Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre medidas preventivas diante de catástrofes climáticas
Deputado Glauber Braga ______________________

Ministério da Saúde
Guilherme Franco Neto ________________________

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome
Marcos Dal Fabbro ____________________________
Igor Arsky  ___________________________________

 
            

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carta a Favor do 13° salário para Pessoas com Deficiência

São Paulo ,19 de Fevereiro de 2012.


Projeto do 13° salário do LOAS.

Excelentíssimo (a) Senhor (a) deputados (a)Federal,

Por meio desta, venho solicitar aos Excelentíssimos senhores parlamentares, desse Digníssimo Congresso, juntamente com o Ministério da Previdência Social, a gentileza e o carinho, no sentido de analisar o pedido em tela, dado ao fato de extrema necessidade já a tempo passando da hora de revê-lo. De acordo com uma pesquisa realizada em 2000 pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência ,incluindo física e mental . Este valor representa 14,5% da população do Pais.
Nós, familiares das pessoas com deficiência, solicitamos a vossa excelência, apoio e empenho para a aprova do projeto de Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1.993(Loas), Consolidação do 13°salário trata-se de direito da pessoa portadora de deficiência que implica no pagamento de beneficio de forma continuada, desde que a renda mensal familiar não seja superior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente no pais .Lei 8.742 de 07 de dezembro 1993(LOAS).

Ora, se a partir do momento em que se encontra incluso na referida Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei 8.742 de 07 de dezembro de 1993, uma determinada pessoa a gozar de seus direitos garantidos constitucionalmente, E, em fazendo uma profunda análise ao artigo 20 da Lei em tela, percebe-se que, o Legislador, equivocadamente, deixou de incluir o 13°, salário, causando sérios prejuízo ao beneficiário ,sabendo-se,todas as categorias de aposentados recebê-lo,exceto os beneficiário do LOAS ,o que restou claro e evidente a falta de visão no que se refere ao termo”INCLUSÃO SOCIAL”,ou seja,a Lei definitivamente EXCLUIU deforma injusta e impiedosa,as pessoas que mais necessitam do respectivo pagamento,não por se tratar de prêmio por serviços prestados,mas sim pela real necessidade e diretos em que se encontram,ou seja,recebe um auxilio incompleto,qual seja,Salário (-) 13° salário.

Atenciosamente,


ACDEM V-Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo - Núcleo Jardim Hena.

Cristovão de Oliveira

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Movimentos sociais se reúne com poder Publico para pedir providencias sobre as enchentes.

EM AUDIÊNCIA, MONADES APRESENTA DOCUMENTO E EXIGE PROVIDÊNCIAS

O Movimento Nacional de Afetados por Desastres Socioambientais - MONADES - foi recebido em audiência por membros da Secretaria Geral da Presidência da República, do Ministério da Saúde e da Defesa Civil, no dia 15 de fevereiro de 2012.
Os membros do MONADES manifestaram, inicialmente, seu desencanto com a falta da presença de outras áreas de governo, especialmente as responsáveis pela política de moradia, tendo presente que a audiência foi solicitada com o objetivo de apresentar a realidade e debater encaminhamentos sobre o problema do não atendimento ao direito de moradia dos afetados que perderam tudo em diferentes desastres socioambientais. Em seguida, apresentaram um Documento - publicado na íntegra, logo abaixo – contendo dados da dura realidade enfrentada pelos afetados em todo o país, questionamentos de práticas de corrupção e desvios de recursos públicos e reivindicações e propostas para as políticas públicas em relação aos direitos das famílias afetadas.
Como resultado do diálogo provocado pelo MONADES, vale destacar o compromisso da Secretaria Geral de Governo de promover debates sobre o documento apresentado, considerado excelente por todos os presentes, com as áreas de governo que devem dar resposta ao exigido e proposto pelo Movimento. Por parte do MONADES, junto com argumentações sobre a urgência necessária, os membros da comissão articuladora colocaram-se à disposição para futuros diálogos, sempre que forem necessários para que sejam efetivadas iniciativas que garantam os direitos dos afetados, especialmente o da reconstrução gratuita das moradias.
Segue a íntegra do Documento apresentado:

AUDIÊNCIA COM MINISTÉRIOS DO GOVERNO FEDERAL
MONADES EXIGE MORADIA E CONDIÇÕES DIGNAS DE VIDA PARA AFETADOS POR DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS

1. A REALIDADE 
Conhecemos diretamente a situação de vida dos afetados por desastres socioambientais. A grande maioria das famílias que perderam tudo ainda não recuperou suas moradias. E as poucas que o conseguiram, não encontram nelas condições dignas de vida humana. Não oferecem espaço suficiente e adequado para as famílias, tanto nos apartamentos dos conjuntos habitacionais como nas casas. Raramente dispõem de infraestrutura de saneamento e mesmo o serviço de água é precário.
Uma característica inaceitável é a criação de vilas isoladas da população das cidades e da zona rural, distantes de suas comunidades de origem, criando espaços marcados muitas vezes por mais uma discriminação, sendo conhecidos como “vila ou agrovila dos alagados”, “conjunto habitacional dos desabrigados”, “vila dos sem teto”, “conjunto dos sem casa”. Além da separação dos parentes e amigos, as crianças encontram dificuldades de adaptar-se com colegas estranhos, quando há escolas.
Deslocados de seus locais de trabalho, enfrentam dificuldades de transporte, diminuindo o tempo para conviver com a família e a comunidade, para o lazer e a cultura e para exercer verdadeiramente a cidadania. A diminuição ou inexistência da renda do trabalho entra em contradição direta com a política de cobrança de mensalidades por essas moradias.
Isso se agrava ainda mais quando não há acompanhamento psicológico direto às vítimas dos desastres socioambientais, que fragilizam as pessoas, levam à perda de autoestima e induzem a problemas de saúde física e mental de forma permanente. Além disso, praticamente não existem serviços de atendimento à saúde, exigindo deslocamentos penosos e para centros de saúde sobrecarregados e com precárias condições de funcionamento.
Para as famílias que ainda não tiveram seu direito à moradia recuperado, são insuficientes e inaceitáveis os diversos tipos de “bolsas”, pois o denominado Aluguel Social não garante o acesso à casa, e os apoios para alimentação igualmente não garantem o suprimento da nutrição a que todas as pessoas têm direito.

2. PRÁTICAS QUE REVOLTAM
Nessa dura realidade da vida dos afetados, provocam desilusão e indignação as práticas de corrupção e os desvios de verbas e doações destinadas ao enfrentamento dos dramas vividos pelos afetados por desastres socioambientais. Mais ainda quando há devolução de parte importante destes recursos por causa do mau procedimento das autoridades.
Quando se diz que as verbas são aplicadas, não chegam aos verdadeiros necessitados, e todos ficam sem resposta quando procuram saber o que foi feito com eles. A quem cabe a responsabilidade de acompanhar o destino dos recursos públicos?
Há situações, como em Santa Catarina, em que os recursos foram liberados há três anos para que uma empresa construísse casas, e nada foi feito até hoje. Qual a explicação para isso?
Tendo presente tanto descuido por parte do poder público e tanta necessidade da população, é absolutamente inaceitável a prática de repressão e violência contra as famílias que tomam a decisão de ocupar terrenos ou prédios abandonados para garantir moradia e condições dignas de vida.

3. PROPOSTAS
O MONADES é um movimento dos próprios afetados e, por isso, apresenta as seguintes propostas aos responsáveis pelas políticas públicas de prevenção em áreas de risco e de atendimento às vítimas dos desastres socioambientais:
1) Que o setor público reconheça a vontade e a capacidade da sociedade civil organizada de participar ativamente na definição, implementação e acompanhamento das políticas públicas e da destinação de recursos públicos e provindos da solidariedade nacional e internacional destinados ao enfrentamento das situações de desastres socioambientais.
2) Que os afetados participem como sujeitos principais na definição das iniciativas que reconstruirão as condições de vida destruídas pelos diferentes tipos de desastres socioambientais. O MONADES tem como um de seus objetivos animar a organização dos afetados para que sejam protagonistas na luta por seus direitos em todas as instâncias públicas, inclusive o Ministério Público e o Judiciário, e o setor público deve favorecer essa atividade em favor da cidadania dos afetados.
3) Que as moradias sejam construídas fora das áreas de risco, mas que sejam inseridas em comunidades próximas ao lugar de origem, valorizando relações sociais e de parentesco, mantendo os trabalhadores próximos ao local de trabalho e mantendo as crianças nas comunidades escolares anteriores.
4) Em relação às famílias afetadas em áreas rurais, se forem construídas agrovilas, que contem com atendimento à saúde, educação, transporte, segurança, áreas de lazer e cultura e infraestrutura de saneamento, abastecimento de água e transporte. Seja quando estão em agrovilas, ou quando as famílias retomam sua vida e trabalho em propriedades familiares, que tenham garantia de terra adequada para gerar renda suficiente para suas famílias através da produção de alimentos.
5) Que seja garantido apoio e tratamento psicológico e assistência médica às pessoas fragilizadas pelos dramas vividos nos desastres socioambientais.
6) Na situação de perda total vivida pelos afetados por desastres socioambientais, defendemos o direito de casa por casa sem nenhum custo e com prioridade absoluta.
7) Para a construção de moradias, priorizar a organização de cooperativas de afetados, possibilitando sua capacitação profissional, garantido, assim, a qualidade da construção e evitando, sobretudo, os desvios dos recursos públicos.
8) Em vista da prevenção de desastres, que sejam identificadas as áreas de risco e sejam realizadas obras de contenção, manutenção, gestão responsável ou desativação de barragens com risco eminente, desassoreamento de córregos e rios, recuperação e manutenção de manguezais e matas ciliares, ou, quando necessário, que sejam organizadas remoções, sempre com participação dos afetados e sem violência, para áreas próximas e com garantia de moradia e condições de vida digna e de cidadania.
9) Para uma verdadeira política de prevenção e de previsão, são importantes e indispensáveis campanhas educativas, nas escolas e em toda a sociedade; para isso, junto com a atuação das três esferas de governo e a participação da sociedade civil nos conselhos, o MONADES se propõe contribuir nesse processo como uma de suas prioridades.
Brasília, 15 de fevereiro de 2012.