domingo, 11 de dezembro de 2011


Manifestação na Prefeitura contra as enchentes em São Paulo
No dia 8 de fevereiro 2010 às 14 horas ocorreu na frente da Prefeitura Municipal de São Paulo um ato de protesto pra buscar uma solução ao problema das enchentes na capital paulista. A mobilização foi organizada pelos Movimentos em Defesa dos Moradores Represados na Várzea do Rio Tietê (principais atingidos), Chácara três Meninas, Jardim Romano, Vila Aimoré, Jardim Seabra, Jardim Noêmia e pela CONAM, FACESP, MDM, ou seja, todos os atingidos pelas enchentes e áreas de risco do deslizamento da Cidade de São Paulo. 
O ato queria colocar na mesa da administração da cidade cinco pontos que precisam ser resolvidos com urgência:
1-Desassoreamento (limpeza) imediato do Rio Tietê, entre a barragem da Penha até Itaquaquecetuba;
2-Abertura total e ininterrupta da Barragem da Penha até o fim do REPRESAMENTO;
3-Indenização dos móveis e utensílios domésticos;
4-Abertura imediata de uma mesa de diálogo entre Estado/Prefeitura/Câmara Municipal/ Defensoria Pública e Movimentos Populares;
5-Política Habitacional (uma casa por outra casa) nos lugares de despejo;
Os moradores foram ao Viaduto do Chá para reclamar os seus direitos: direito à moradia digna, a indenização, a assistência social, a saúde e principalmente ser tratados como seres humanos e cidadãos o que não está acontecendo. O que realmente esta acontecendo nas áreas das enchentes é uma verdadeira tragédia. Famílias que estão sofrendo a 60 dias dentro d'água, pessoas que perderam tudo, crianças doentes, risco de epidemia de leptospiroses, água contaminadas, péssimas condições sanitárias e além disso, várias pessoas já morreram por causa da ineficiência do poder público.
A vergonha foi ainda maior quando os moradores foram recebidos pela guarda municipal e pela tropa de choque com spray de pimenta no rosto e cassetete, como se, em frente a todas essas problemáticas, eles não tivessem o direito a reivindicar. Esta ação da polícia quebra um dos principais direitos que deveria ser garantido por um estado democrático: o direito a manifestar-se e querer que seus direitos sejam compridos. Foi justamente o que não aconteceu. Os moradores desesperados foram recebidos como bandidos ameaçados e intimidados pelas mesmas forças de ordem que deveriam protegê-los e ajudá-los. Os moradores não caíram na armadilha: continuaram a manifestar-se do jeito pacífico que eles tiveram desde o início. Frente este tipo de reação da polícia nasce uma pergunta inevitável: será que o poder público quer aproveitar da tragédia e da agonia da população para despejar as comunidades e realizar obras faraônicas como o parque linear do Tietê e o Rodoanel? Será que este tipo de obras serão fundamentais na iminente campanha eleitoral? E será que entre as obras da especulação imobiliária não tem espaço para atender a população carente de baixa renda, pobres, pessoas menos favorecidas? Se o projeto antes era tirar os moradores da favela agora vai ser tirar a favela de baixo dos pés dos moradores. Mas eles não contaram com a luta dos movimentos sociais e a organização do povo. Horas depois das manifestações o poder público juntamente com as principais lideranças formou uma comissão para ser recebida pelo secretário do Prefeito. Na mesa de negociações entre os representantes dos moradores e do poder público o povo teve uma vitória: conseguiu fixar uma audiência com o prefeito Gilberto Kassab. O encontro está marcado para o dia 12/02/2010 (sexta-feira) ás 14 horas, na sede da Prefeitura, irão participar as lideranças populares, os movimentos sociais e alguns parlamentares. 
A luta pela moradia não vai parar!
Solidariedade aos moradores atingidos pelas enchentes!
Moradia digna já!

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